Lugar comum, refúgio para compartilhar as impressões que tenho do cotidiano e das pessoas que dele fazem parte... Sejam bem-vindos!



sábado, 15 de junho de 2013

Elvis e Erasmo

Erasmo já estava à minha espera há quase três meses, pois decidi que só encararia “sua fama de mau” quando pudesse dedicar a ele a atenção e o tempo merecidos. Como prometido (a mim mesma), ao sair de férias comecei a imergir em seu universo e a fim de que o nosso encontro se prolongasse não me permiti ler mais do que 30 ou 40 páginas por dia. Mala pronta para uma viagem de 12 dias a Porto Alegre com minha mãe e lá estava Erasmo à minha espera no retorno de cada passeio.

Estava vivendo uma verdadeira “lua de mel” com o Tremendão até que decidimos ir a um shopping e quem estava a nos esperar? Nada mais, nada menos que um dos grandes ídolos de Erasmo, da minha mãe e por herança meu também: Elvis! Não pensei duas vezes para dizer: “Mãe, este será o meu presente para você!”. Na verdade, um grande presente para nós duas. Antes de iniciarmos a visita à exposição “The Elvis Experience”, fomos recepcionados com um vídeo de aproximadamente três minutos que tinha como trilha “Suspicious Mind”, uma das minhas músicas preferidas. Neste momento, olhei para ela, com quem aprendi a gostar dele, e nos emocionamos pela oportunidade de vivenciar tudo aquilo juntas.

Na primeira sala, descobri que Elvis era gêmeo e que seu irmão morreu logo após o parto. Nesse momento, pensei: “Meu Deus, imagina só duas beldades iguaizinhas! Se isso tivesse acontecido, uma hora dessas teria uma Priscila a mais feliz no mundo porque vai ser bonito lá longe!”. Confesso que fiquei surpresa com a energia daquele local, estar tão próxima de seus objetos pessoais me fez sentir, de fato, que o Rei do Rock de alguma forma estava lá.



Roupas, joias, carros, moto, a famosa TV e as réplicas das casas em que ele nasceu, em East Tupelo, no Mississippi, e depois a que viveu boa parte de sua vida, em Memphis, no Tennessee, tudo ali e eu também. Não sou fanática por Elvis nem por Erasmo, muito menos vasta conhecedora de suas músicas, mas não há como ficar indiferente depois de ter acesso às histórias de vida de ambos.

Filhos únicos, eles tiveram uma infância pobre, mas sem que nada lhes faltasse. Sempre externaram o amor e a importância que suas famílias tiveram em suas vidas - no caso de Elvis Sra. Gladys e Sr. Vernon e de Erasmo Sra. Diva. O primeiro foi o pai do rock and roll e o segundo um de seus discípulos. Bem, não é meu objetivo e não tenho a pretensão de descrever em detalhes as biografias de Elvis e Erasmo. Quero apenas registrar o meu encantamento pelo boa-praça Erasmo Esteves, mais tarde Carlos, e pelo belo e talentoso Elvis que, com mérito, já arrancou inúmeros suspiros de mamãe.




Ah! Não posso terminar sem antes registrar que devo à minha tia, que fomos visitar em Porto Alegre, a herança de admiração pelo Tremendão, o parceiro de todas as horas de seu ídolo, o Rei Roberto. Cada irmã com o seu rei e eu com os dois, além, é claro, do príncipe Erasmo!

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Tudo novo, tudo velho!



Sabiamente Vinicius avisou sobre o amor: “Que seja imortal posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure”. Diria até que pleonasticamente trata-se de uma “verdade verdadeira”. Os sentimentos de chegada e partida são muito parecidos, embora, e obviamente, de forma antagônica. Primeiro a euforia, vontade de fazer coisa nenhuma além de pensar, pensar e pensar na pessoa amada, suspirar ao resgatar em nossa memória o gosto do beijo e do cheiro, ainda muito recentes. 

Depois a convicção e a euforia diante da, talvez precipitada, constatação de que sim, agora encontramos aquele que por tanto tempo esperamos. Afinal, estamos mais experientes e calejados, o que nos impede (iria) de, novamente, entrar em barcas não tão confiáveis. Quero gritar desmedidamente ao mundo: Eu estou amando! Quero provar para mim mesma que as diferenças podem ser superadas, que posso mudar para agradar àquele a quem entreguei meu coração.

Tudo novo, tudo velho! Nova tentativa, descobertas, conversas, novas taças de vinho, novas juras, novas promessas e novos sonhos. De velhas, ou já conhecidas, ficaram a desilusão, o vazio e a dor. Vontade de chorar, de gritar ao mundo que fui enganada, iludida e mais uma vez decepcionada por alguém que jamais pensei que pudesse fazer isso comigo.

Meu Deus, quanto drama! Sim, dói e doerá por alguns dias, meses e quem sabe anos. Mas ei, essa é a vida, com todos os seus encantos e desencantos. Não foste enganada, deixou-se enganar. Ou não, não! Nada aconteceu, não existem culpados ou vítimas, apenas o desgaste. O desgaste que permitimos que invadisse as nossas vidas, que levasse embora os sonhos que desenhamos juntos e que agora ficarão eternizados no bloco de notas de nossa memória.

Ao invés do sofrimento, dessa vez quero dar lugar à alegria. Afinal, apesar de você o sol continuará nascendo e se pondo para, em seu lugar, surgir a lua. Pessoas vão continuar morrendo enquanto outras nascerão. Meu dead line não será maior porque agora precisarei caminhar sozinha.  

Longe de mim ser ingrata, afinal tanta coisa boa de você recebi. Tinha tudo para ser perfeito, para ser eterno até que a morte nos separasse. Ao invés das ofensas, os meus mais sinceros agradecimentos por todas as alegrias e boas sementes que me deixaste. A mesma felicidade que sonho para mim dedico a ti e ponto final!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Melancia


Há muito tempo não dedico a atenção que gostaria ao blog. Nesses meses de ausência tanta coisa aconteceu... Um grande marco foi o tão esperado e desejado encontro com Balzac. Como foi gostoso “trintar”. Em questão de segundos parece que tudo mudou, e para melhor! Mas, isso já faz quase três anos... Embora não tenha compartilhado a marcante experiência em prosa e verso, comemorei em grande estilo com a realização de alguns sonhos...

Saltei de asa delta com direito a um cenário de fundo que não poderia ter sido mais bem escolhido: Pedra Bonita, em São Conrado no Rio de Janeiro. Simplesmente fantástico. Nunca me senti tão plena, tão livre, tão perto de Deus. Por aproximadamente 15 minutos fui tomada por um misto de êxtase, medo, euforia e plenitude.  Do alto, olhava atentamente para o mar, para a floresta, prédios, ruas e para os carros que naquele momento tinham o tamanho de formigas quando comparadas a nós. Quanto mais olhava à minha volta, mais repetia a mim mesma: “Como Deus é perfeito!” E pensava, como pode Ele ter feito tudo com tamanha riqueza de detalhes. Por dias, semanas, toda vez que me lembrava daquele voo agradecia repetidamente por ter vivido tudo aquilo. 



Tatuei uma linda flor de jasmim no ombro direito e no pé registrei a expressão que tanto gosto de dizer a mim e aos outros: Carpe Diem. Com essas tattoos completei cinco e ainda não me decidi se outras virão. Viajei para Buenos Aires, ultrapassando pela primeira vez as fronteiras da “pátria amada Brasil”. Decidi tudo de última hora, fechei o pacote a apenas uma semana do embarque porque naquele momento se pensasse muito acabaria desistindo. Valeu a pena. Fiz minha primeira viagem sozinha, conheci lindos lugares, casais apaixonados que celebravam o amor, gastei todo o “portunhol” que desconhecia saber, “hablei, hablei, hablei”.


Não dancei tango (apenas encenei), não assisti a um tradicional show de tango nem visitei todos aqueles pontos turísticos que os amigos e guias nos recomendam. Fui ao Caminito duas vezes, fiz um tour pelo La Bombonera e degustei algumas garrafas de Quilmes gastando pouco. Na volta de um passeio, temerosa de ser passada para trás - desmentindo as estatísticas, nenhum taxista argentino me deu uma nota falsa sequer de troco - iniciei a meu modo uma conversa com o motorista. Tudo começou mais ou menos assim: “Olá! Sou brasileira e meu nome é Mônica. Seu país é muito lindo e blá, blá, blá (tudo isso em portunhol)”. Para minha surpresa, minutos depois ele estava me confidenciando problemas familiares, falando das dificuldades de relacionamento com a enteada e de repente aquele senhor, que em minha opinião era a personificação do homem que ilustra a foto de dois pesos, estava aos prantos. Um tanto quanto assustada com a situação e ao mesmo tempo preocupada com ele, tentei como pude acalmá-lo e no fim das contas deu tudo certo. Essa passagem, de tudo o que vivi no país dos “hermanos”, talvez tenha sido a que mais me marcou. E assim encerrei os festejos dos meus 3.0.



Menos de dois meses depois de completar 3.1 ganhei o melhor presente de todos os tempos, um namorado que desde o início me completa em tudo e por tudo. Ele é a melhor das companhias, meu conselheiro, meu amigo, meu amor.  Ele me serena quando estou intempestiva, me adoça quando acordo amarga, me faz sorrir quando estou emburrecida. 



Em agosto de 2011, depois de um ultrassom que diagnosticou cinco miomas em meu útero, precisei encarar um tratamento da pesada. Menopausa medicamentosa, esta foi a prescrição do meu amado “ginecopsicólogo”, de quem sou paciente desde 1990. Temerosa com a possibilidade de os miomas chegarem ao ponto de me impedir de ter filhos, não pensei duas vezes para tomar a primeira de um total de três injeções, aplicadas a cada três meses. Meu Deus, quanto calor, um calor insuportável, que queima como brasa. Dores nas pernas e mal-estar também estavam no pacote de desconfortos que me acompanhou por quase um ano.  



Como recompensa, ganhei dois presentes. O primeiro veio no dia 14 de setembro do mesmo ano, quando decidi abandonar de uma vez por todas a “coisa que solta fumaça”, meu companheiro inseparável por 15 anos. O outro foi a notícia de que a resposta do tratamento foi positiva, incidindo no desaparecimento de um dos miomas e na redução em mais de 50% de outros três. Com o quarto “a conversa” tem sido mais difícil, mas estou confiante de que isso vai mudar.

Passados pouco mais de um ano sem fumar somado ao tratamento hormonal, o resultado foi a indesejada aquisição de quase dez quilos. Com o paladar mais apurado, é óbvio que tudo o que eu comia ficou mais gostoso. De maneira frenética, comi, comi, comi... toucinho de barriga... hummmm, só de pensar dá água na boca, chocolate, doce de leite, churrasco e até arroz... que delícia! Sempre fui neurótica com meu peso, até mesmo porque aos 13 descobri que tinha hipotireoidismo e sabia que se não ficasse esperta viraria uma baleinha ou, quem sabe, uma baleiona mesmo.  

Amo ter mais de 30, de verdade, mas se há algo cruel para as mulheres da minha idade o nome do vilão é metabolismo. Como o danado fica lento, ainda mais para mim que tenho disfunção hormonal. Lembro que quando eu tinha 14, 15 anos perdia peso rindo. Em uma semana, eliminava 1Kg, ou até um pouco mais, fácil, fácil. Detalhe, de forma saudável porque se tem uma coisa que aprendi a entender é de dieta. Nunca fui adepta dos remédios para emagrecer, pois tenho a convicção de que neste caso “tudo o que vai rápido, volta mais rápido ainda e, o pior, em dobro”. Sei exatamente e de cor tudo o que contém em uma dieta básica de 1.500 calorias/dia. Saber eu sei, mas daí a conseguir seguir já são outros quinhentos.

Em uma dessas empolgações comprei uma esteira. Tudo bem, confesso, é o cabide mais caro que tenho e costumo dizer que se eu já a tivesse utilizado proporcionalmente ao tanto que já paguei estaria magérrima uma hora dessas. Enfim, às vezes desfruto de seus benefícios, em outras fico semanas sem notar a sua presença. Mas, a grande questão é: o que faço para ter mais disciplina e menos apetite? Enquanto não encontro a resposta só queria colocá-los a par dos últimos acontecimentos e compartilhar que  me sinto como uma melancia: verde de raiva e vermelha de vergonha por não conseguir resistir neste momento a uma enorme barra de Talento branco.

Até o nosso próximo encontro, Só pra Constar!


quarta-feira, 14 de março de 2012

A última tragada

14 de setembro de 2011, quarta-feira, mais ou menos 11 horas: data e horário em que decidi dar a última tragada. Não gosto de generalizar, mas acredito que 10 em cada 10 pessoas cometem idiotices ao longo da adolescência. E uma das minhas foi experimentar a coisa que solta fumaça. Lembro-me como se fosse hoje. Estava de férias em Cristais, uma cidade do interior de Minas, e uma amiga teve a “brilhante” ideia de acendermos um cigarro.

Entusiasmadas, e como não poderia deixar de ser para uma primeira vez, combinamos de ir à Campo Belo (cidade próxima e mais desenvolvida) para comprar um Gudang Garam (cigarro com sabor de canela) que, em 1995, custava algo em torno de R$ 5 o maço (se não me falha a memória, o mesmo preço de uma promoção do Big Mac). Como não encontramos o Gudang decidimos levar o Nikk (sabor banana), afinal outras pessoas da turma já estavam fumando e nós estávamos “ficando para trás”.

O local escolhido para a primeira tragada foi a casa dessa amiga e todos os nossos passos detalhadamente planejados para que a mãe dela, que fazia marcação serrada, não nos pegasse com a "boca na botija". Tudo certo e lá fomos nós, ansiosas, achando que aquele seria um importante passo para as nossas vidas (vai entender...). “Quem vai acender?”, uma de nós perguntou. “Eu quero, eu quero... e eu também”. “Ok, então vamos tirar dois ou um”. Não lembro quem ganhou, mas sei que não fui eu. E aqui abro um parêntese. 1. “Ganhou?”, não sei se esta seria a palavra mais adequada, sempre penso neste verbo com uma conotação positiva, do tipo “ganhar um presente”, “um emprego” e até “um namorado”. 2. Não seria esta mais uma chance para eu desistir daquela ideia maluca?

Voltando ao que interessa, minha amiga acendeu o dito cujo enquanto olhávamos quase sem piscar para ela. Segundos depois, segurando o cigarro de forma desajeitada ela fez cara feia (como quando a gente come jiló) e começou a tossir. Prevenida, busquei água para ela e para mim, caso me acontecesse o mesmo, e determinada esperei pela minha vez. 1, 2, 3 e... já: coloquei um cigarro na boca pela primeira vez na vida. O gosto de banana não ajudou muito, acredito que mesmo se fosse de morango não teria feito diferença, e a sensação de engolir fumaça e não saber direito como soltá-la foi uma das piores que já senti. E mais, engasguei e de fato precisei beber água, muita água.

Conclusão: todas nós detestamos o bendito. E todas nós quisemos tentar mais uma vez. Sei que é nojento dizer isso, mas no início cheguei a vomitar por causa de cigarro e mesmo assim forcei meu organismo a aceitar aquela substância com a qual mantive uma fiel relação por 15 anos.  No começo fumei escondido da minha família. Todos lá em casa fumavam e talvez por este motivo não percebiam em mim o forte cheiro que impregna mãos, cabelo e roupa, e que nem com uma caixa inteira de Halls preto sai da boca.

Como tudo na vida é inevitável, um belo dia minha mãe me pegou fumando e foi aquele falatório sem fim. Enquanto ela soltava farpas, alfinetadas, e em alto e bom tom me dizia palavras nada amáveis como %#@&@#$@#, capazes de serem ouvidas a quarteirões, eu pensava: “Que coisa, não? Nossos pais vivem dizendo que devemos seguir os seus passos, ela fuma mais do que um dragão e na hora em que eu decido copiá-la ameaça me matar?” (rs)

Não foi fácil, mas decidi enfrentá-la e bati o pé dizendo que não ia parar. A partir daí, ao invés de melhorar, as coisas pioraram porque passei a fumar mais e mais. Fumava quando estava triste, para substituir a comida e emagrecer, para fazer a digestão do almoço, para trabalhar (sempre pensei que o cigarro fosse condição sine qua non para eu conseguir escrever), para estudar, para qualquer coisa que eu fosse fazer eu fumava. O cigarro era uma espécie de companheiro de todas as horas, meu melhor amigo e por ele já comprei brigas e terminei namoro.

Quando vi que não queria mais brigar decidi parar. Procurei uma médica e comecei a tomar remédio. Na primeira tentativa fiquei 3 meses sem cigarro e ganhei 7 quilos. Desespero total, as roupas ficaram apertadas, fiquei irritada, mal-humorada, insuportável. Mas, diante da proeza que jamais imaginei conseguir, subestimei meu “ex-amante” e achei que poderia voltar a experimentá-lo sem compromisso. Comecei com um trago do cigarro sabor cereja que uma amiga estava fumando. A boca amargou, me lembrei do Nikki lá em Cristais, mas já na segunda puxada pensei: “Que delícia, não vou te abandonar nunca mais!”

No dia seguinte já estava na padaria comprando maço e o final da história não traz nenhuma novidade: fumei, fumei, fumei. Confesso, como boa ariana que sou, que não gostei nem um pouco de ter fracassado, todavia a sensação de prazer que o cigarro que causava era tamanha que deixei passar. O lado bom foi que a partir daí a vontade de parar ficou martelando na minha cabeça. Segunda tentativa: virada 2010/2011. Quem nunca pensou em parar de fumar, começar uma dieta, um livro ou fazer ginástica no primeiro dia do ano? A intenção foi boa, mas como diz o ditado “de boa intenção o inferno está cheio” e mais uma vez fracassei.

Como sou brasileira e não desisto nunca, no dia 14 de setembro do ano passado, prestes a embarcar para o Rio em férias, com dois maços de cigarro fechados decidi dar um basta. Por volta das 11 horas, enquanto colocava as últimas peças na mala, acendi a coisa que solta fumaça e comecei a pensar em todo o mal que este péssimo hábito me fazia. Pensei nas discussões constantes com o meu namorado, que tem horror a cigarro, em minha indisposição para praticar esportes, no tempo perdido no trabalho, no incômodo causado às pessoas... enfim, pensei seriamente que fumar mata, está fora de moda, custa caro e fede!

Hoje é dia de festa, dia de comemorar 6 meses sem cigarro! Não vou dizer que foi/é fácil, mas posso afirmar que vale a pena. Sim, provei para mim mesma que não dependo do cigarro para escrever, que estou livre do que um dia pensei que fosse uma muleta. Estou mais atenciosa com as pessoas, não fico mais querendo terminar a conversa rápido para sair e fumar. Consigo chegar em casa no fim do dia e sentir o perfume que passei pela manhã.  Reaprendi como é bom sentir o verdadeiro gosto do chocolate, da macarronada da minha mãe e do kibe preparado pela minha avó. Agora também ganho mais beijinhos do meu namorado que, preciso elogiar, tem me apoiado muito!

Para finalizar, quero dar os parabéns àqueles que, como eu, deixaram de fumar. E para os que estão pensando com vontade no assunto, fica a dica: não existe hora nem data para dar um basta a esta droga. A hora é agora e omelhor  remédio é a força de vontade. Sei que não é fácil, já matei muitos leões por dia e até hoje, quando penso que o cigarro é assunto do passado, me pego com vontade de fumar. Posso passar o resto da vida sentindo vontade, mas farei a minha parte, que é não subestimar esta droga, e se Deus quiser deste mal não morro mais.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Quanto você vale?

Acho inconcebível precificar o ser humano, mas, infelizmente, há pessoas que o fazem com uma maestria tamanha que muitos chegam a pensar que é super normal, coisa dos tempos modernos.

Hello!!! O ser humano não tem preço, não é descartável e nunca será. Todos nós cometemos erros e, por conseqüência, também somos vítimas de quem os comete, mas tudo na vida tem limite. Por isso, proponho um basta a quem acha que tem o direito de entrar em nossas vidas do nada, enche nossos ouvidos com abobrinhas, nos faz acreditar que é uma pessoa 100% do bem e depois, assustadoramente, pensa que pode fazer o que bem entender como se isso fosse normal.

Não é normal e, digo mais, é inaceitável. Para deixar claro que não se trata de dor de cotovelo, como muitos podem pensar neste momento, externo minha indignação, por exemplo, em relação aos políticos que usam a população como massa de manobra em prol de interesses próprios. Durante as campanhas, as criancinhas carentes são colocadas no colo, beijadas, acariciadas. Com o fim das apurações (ou até mesmo antes disso), as mesmas crianças - anteriormente na condição de protagonistas de um romance hollywoodiano com happy end – caem no anonimato e voltam a viver o descaso de que sempre foram vítimas. Sem saúde, alimentação, educação e, até mesmo, dignidade são vistas com indiferença, como os “bichinhos de estimação” que não interessam mais.

Pesado, não? Mas é assim que as coisas acontecem. Querem mais exemplos? Vamos pensar nas pessoas que em algum momento da vida ocuparam ótimos cargos profissionais, adquiriram casas, carros, viagens pelo mundo e, é claro, uma lista “invejável” de “amigos de infância”. Um belo dia, em decorrência de uma dessas reviravoltas do destino, e eis o que acontece? O emprego não existe mais, a fonte secou e... para onde foram os amigos? Ninguém sabe explicar... o caos está configurado.

Esses e inúmeros outros fatos parecidos se tornaram tão rotineiros que a comoção perdeu o sentido, ninguém mais perde seu tempo para prestar atenção e indignar-se diante do completo descarte humano que vem ganhando proporções aterrorizantes.

Certa vez, presenciei uma cena que me chamou a atenção. Em uma dessas esquinas de Belo Horizonte, enquanto esperava o sinal de trânsito abrir, comecei a observar um morador de rua que estava acompanhado por um cão. O fiel amigo observava atentamente a todos os movimentos do homem e, quando ele terminou de juntar algumas coisas e começou a caminhar, o animal se colocou a postos e o seguiu sem se importar com o que aquela pessoa tinha a lhe oferecer.

Diante de tudo o que acabei de rascunhar (e peço desculpas se algumas idéias foram colocadas de forma solta), deixo aqui os meus sinceros agradecimentos aos verdadeiros amigos, para quem valemos ouro, independente da roupa, emprego, carro ou condição financeira que temos. E aos que ainda não se conscientizaram da importância do amor ao próximo, fica a dica para repensarem seus conceitos enquanto ainda há tempo.

“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.” (Chico Xavier)

domingo, 15 de agosto de 2010

Perdoe-se...


O recado de hoje é rápido e simples: Perdoe-se por tudo!
Perdoe-se por amar alguém que não te valoriza...
Perdoe-se por ter feito uma escolha que depois julgou errada...
Perdoe-se pelos erros que cometeu...
Perdoe-se pelas vezes que derramou lágrimas por alguém que nunca as mereceu...
Perdoe-se pelas ligações feitas depois de alguns ou muitos copos...
Perdoe-se por não ter feito o melhor projeto, a melhor matéria, o melhor cálculo...
Perdoe-se pelas celebrações que deixou de ir...
Perdoe-se por não passar mais tempo com os seus cachorros e por não levá-los para passear ao menos uma vez por semana...
Perdoe-se por confiar demais nas pessoas erradas...
Perdoe-se por ter acreditado em falsas promessas...
Perdoe-se por ter apostado alto em quem não merece...
Perdoe-se por errar tentando acertar...
Perdoe-se por ter abandonado seu amor-próprio e esquecer que você é uma pessoa maravilhosa...
Perdoe-se por se cobrar demais...
Perdoe-se por agir contra os seus princípios e tentar ser quem você não é...
Perdoe-se por brincar com pessoas que não têm espírito de humor...
Perdoe-se por não dar atenção a quem realmente precisa de você...
Perdoe-se por não ouvir os conselhos de seus pais mesmo sabendo que estão cobertos de razão...
Perdoe-se por não economizar para o futuro...
Perdoe-se por prometer algo que não pode cumprir...
Perdoe-se por amar, sofrer, amar, sofrer e amar de novo...
Feito isso, peça perdão a Deus e o agradeça por dar-lhe a oportunidade de se perdoar, sempre...

“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim” (Chico Xavier)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Com que mala?

Para você, qual é o maior bem que o homem pode conquistar? Família, carreira, matrimônio, filhos? Ok, boas escolhas para a maioria dos mortais! Mas eu acrescentaria... viagens, muitas e frequentes viagens... Atravessar territórios, romper barreiras, ir e vir, desfilar, ver e ser visto, conhecer, conversar.... descobrir e desbravar! Em ano de eleições presidenciais, tomo a liberdade de propor que pelo menos uma viagem ao ano deveria ser concedida a todo e qualquer cidadão como direito universal, obrigatório e intransferível!

Para um minuto para lembrar dos lugares que já visitou e das pessoas que passaram por sua vida nesses instantes de prazer em sentido lato... Tempo esgotado... Humm... Poxa, que sensação de nostalgia, de querer reviver o passado... e isso sem contar as amizades que fizemos e que foram permeadas por meio de cartas e, posteriormente, e-mails.

As lembranças estão vivas em nossa memória e em conotação diferente do investimento em bens duráveis, que na verdade não duraram tanto quanto imaginávamos que durariam... Sem delongas, a dica de hoje é investir na composição da mala ou malas que levaremos com os modelitos que vamos usar na próxima vez em que decidirmos esquecer totalmente do cotidiano por alguns dias, para literalmente viajar em busca de novas experiências...

Amanhã parto em busca da segunda tentativa de concretizar mais um sonho e eis o que tenho no meio do caminho... mais uma divertida “viagem”! Independente do resultado, a única certeza que tenho é a de que daqui a quatro meses volto com a bagagem recheada de histórias que certamente irão, mais uma vez, deixar o gostinho de quero e quero mais... sempre e infinitamente mais. Por enquanto, fica a dúvida... com que mala eu vou?