Lugar comum, refúgio para compartilhar as impressões que tenho do cotidiano e das pessoas que dele fazem parte... Sejam bem-vindos!



terça-feira, 2 de novembro de 2010

Quanto você vale?

Acho inconcebível precificar o ser humano, mas, infelizmente, há pessoas que o fazem com uma maestria tamanha que muitos chegam a pensar que é super normal, coisa dos tempos modernos.

Hello!!! O ser humano não tem preço, não é descartável e nunca será. Todos nós cometemos erros e, por conseqüência, também somos vítimas de quem os comete, mas tudo na vida tem limite. Por isso, proponho um basta a quem acha que tem o direito de entrar em nossas vidas do nada, enche nossos ouvidos com abobrinhas, nos faz acreditar que é uma pessoa 100% do bem e depois, assustadoramente, pensa que pode fazer o que bem entender como se isso fosse normal.

Não é normal e, digo mais, é inaceitável. Para deixar claro que não se trata de dor de cotovelo, como muitos podem pensar neste momento, externo minha indignação, por exemplo, em relação aos políticos que usam a população como massa de manobra em prol de interesses próprios. Durante as campanhas, as criancinhas carentes são colocadas no colo, beijadas, acariciadas. Com o fim das apurações (ou até mesmo antes disso), as mesmas crianças - anteriormente na condição de protagonistas de um romance hollywoodiano com happy end – caem no anonimato e voltam a viver o descaso de que sempre foram vítimas. Sem saúde, alimentação, educação e, até mesmo, dignidade são vistas com indiferença, como os “bichinhos de estimação” que não interessam mais.

Pesado, não? Mas é assim que as coisas acontecem. Querem mais exemplos? Vamos pensar nas pessoas que em algum momento da vida ocuparam ótimos cargos profissionais, adquiriram casas, carros, viagens pelo mundo e, é claro, uma lista “invejável” de “amigos de infância”. Um belo dia, em decorrência de uma dessas reviravoltas do destino, e eis o que acontece? O emprego não existe mais, a fonte secou e... para onde foram os amigos? Ninguém sabe explicar... o caos está configurado.

Esses e inúmeros outros fatos parecidos se tornaram tão rotineiros que a comoção perdeu o sentido, ninguém mais perde seu tempo para prestar atenção e indignar-se diante do completo descarte humano que vem ganhando proporções aterrorizantes.

Certa vez, presenciei uma cena que me chamou a atenção. Em uma dessas esquinas de Belo Horizonte, enquanto esperava o sinal de trânsito abrir, comecei a observar um morador de rua que estava acompanhado por um cão. O fiel amigo observava atentamente a todos os movimentos do homem e, quando ele terminou de juntar algumas coisas e começou a caminhar, o animal se colocou a postos e o seguiu sem se importar com o que aquela pessoa tinha a lhe oferecer.

Diante de tudo o que acabei de rascunhar (e peço desculpas se algumas idéias foram colocadas de forma solta), deixo aqui os meus sinceros agradecimentos aos verdadeiros amigos, para quem valemos ouro, independente da roupa, emprego, carro ou condição financeira que temos. E aos que ainda não se conscientizaram da importância do amor ao próximo, fica a dica para repensarem seus conceitos enquanto ainda há tempo.

“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.” (Chico Xavier)

Um comentário:

  1. Já estava com saudades do "Só pra constar".
    Infelizmente, concordo com tudo que você escreveu! E agradeço a Deus por saber que pessoas como essas vem fácil, mas vão embora fácil também!

    ResponderExcluir